A ironia de quem acha que espiritualidade é fast-food
Muita gente entra na Umbanda achando que encontrou uma pastelaria do Céu.
Imagina que basta chegar no terreiro, pedir amor, dinheiro, saúde — e pronto, o guia prepara, frita e entrega o milagre quentinho.

Mas essa é a ironia: Umbanda não é pastelaria.
É escola.
E nela, antes de receber o pastel pronto, você precisa aprender a acender o fogo, preparar a massa e lidar com o calor da transformação.
A fé que transforma (e balança a árvore)
A Umbanda não veio pra resolver todos os seus problemas — veio pra te ensinar a resolvê-los.
Ela não esconde a dor, ela revela o que precisa ser curado.
Antes de florescer, a árvore precisa balançar.
E quando a Umbanda balança a sua árvore, caem as folhas secas e podres:
ilusões, orgulho, mágoas, medos e preguiça espiritual.
Esse movimento pode assustar, porque às vezes tudo parece desabar ao mesmo tempo.
Mas é assim que o plano espiritual limpa o terreno para o novo crescer.
O silêncio dos Orixás
Todo médium vive o momento do silêncio.
Os guias parecem distantes, as giras parecem vazias, as preces parecem não ser ouvidas.
Mas esse é o momento da prova.
É quando o Astral pergunta:
“Você confia no caminho, mesmo sem ouvir a resposta?”
O silêncio dos Orixás é o teste mais bonito de fé.
Porque quando o médium persiste, quando continua caminhando mesmo sem sentir a presença espiritual,
é ali que nasce a verdadeira firmeza.
E quando o silêncio passa — porque sempre passa — o axé volta multiplicado.
Umbanda é oficina de almas
Cada gira é uma aula.
Cada entidade é um professor com um estilo diferente:
Caboclo ensina com firmeza, Preto-Velho com paciência, Baiano com leveza, Exu com verdade.
E todos, à sua maneira, mostram que a Umbanda não entrega milagres — ela ensina o caminho do milagre.
Deus escreve certo por linhas tortas, e na Umbanda essas linhas são os tropeços, os testes, os silêncios e as transformações que nos lapidam.
Não é um atalho, é um caminho.
E cada curva, cada desvio, faz parte da sabedoria divina.
No fim, o aprendizado
Umbanda não é pastelaria — é cozinha divina.
E quem aceita entrar nela, aprende que fé não é pedir e esperar.
Fé é caminhar e confiar.
📘 Sugestão de leitura
As Sete Linhas de Umbanda: A Religião dos Mistérios
Um livro essencial para compreender as forças que regem a Umbanda e o papel de cada linha na jornada espiritual.

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