Os tronos na Umbanda são seres divinos que desempenham funções fundamentais na criação e evolução dos seres. Eles são considerados como individualizações ou externalizações do Divino Criador e possuem características e qualidades divinas necessárias para sustentar a vida e fornecer as condições ideais para os seres existirem e evoluírem. Existem 7 tronos na Umbanda, cada um com funções divinas específicas.
Esses tronos estão assentados nos diferentes níveis vibratórios da criação e são responsáveis por dar sustentação aos meios e amparar os seres em seus estágios evolutivos. Cada trono exerce funções específicas e são nomeados de acordo com essas funções divinas.
É importante ressaltar que a obra divina não se limita apenas à dimensão física, mas também à dimensão espiritual. A Terra é um polo eletromagnético que captura as vibrações ou ondas eletromagnéticas dos planetas do sistema solar, pois todos estão acomodados dentro do “espaço” solar.
Portanto, os tronos na Umbanda desempenham um papel essencial na criação e evolução dos seres, fornecendo sustentação e auxílio em seus respectivos estágios evolutivos.
Nos Tronos temos 1 Orixá que Irradia a energia do trono ( o Universal) e temos 1 Orixá que absorve desequilíbrios (O Cósmico) da energia daquele trono.
Tronos
Trono da FÉ
Trono Masculino da Fé (Universal): representado por Oxalá, irradia a fé o tempo todo de forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-la, universal, sustenta a todos que têm fé.
Trono Feminino da Fé (Cósmico): representado por Oya-Tempo, absorve a fé em desequilíbrio de forma ativa, reconduzindo o ser a caminho de seu equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita desta qualidade divina com más intenções.
Trono do Amor
Trono Feminino do Amor (Universal): representado por Oxum, irradia o amor o tempo todo de forma passiva não forçando ninguém a vivenciá-lo, mas sustentando a todos que têm amor.
Trono Masculino do Amor (Cósmico): representado por OXUMARÉ, absorve o amor em desequilíbrio de forma ativa reconduzindo o ser ao caminho do equilíbrio. Cósmico, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções.
Trono do conhecimento
Trono Masculino do Conhecimento (Universal): representado por Oxóssi, irradia o conhecimento o tempo todo de forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-lo, mas sustentando todos que buscam o conhecimento. Fator expansor que ajuda a expandir
em todos os sentidos. Divindade masculina vegetal, é o grande caçador, aquele que vai buscar e trás o conhecimento, o grande comunicador, a divindade da expansão.
Trono Feminino do Conhecimento (Cósmico): representado por Obá, absorve o conhecimento em desequilíbrio de forma ativa reconduzindo o ser ao equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. Fator concentrador, ajuda aqueles que não têm um foco na vida tirando a dispersão ou a confusão mental.
Trono da Justiça
Trono Masculino da Justiça (Universal): representado por Xango, irradia Justiça o tempo todo, de forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-la, mas sustentando a todos que a buscam. Elemento fogo, presente nas montanhas e pedreiras. Senhor dos Trovões, Xangô é ainda simbolizado por uma balança (o equilíbrio da justiça) e o machado de dois cortes. Dentro ainda do simbolismo, podemos citar para Xangô a estrela de seis pontas, formada por dois triângulos, um que aponta ao alto e outro que aponta para baixo, simbolizando o equilíbrio do universo onde “o que está acima é como o que está abaixo”, citado também por Hermes Trimegistro em sua pedra de esmeralda. Cor: Vermelho ou Marrom. Pedra: Jaspe vermelho ou marrom, pedra do sol, olho de tigre, ágata de fogo.
Trono Feminino da Justiça (Cósmico): representado por Egunita, absorve o desequilíbrio na Justiça de forma ativa, reconduzindo o ser ao equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. Fator purificador e energizador, divindade da purificação através do fogo. Também portadora de grande energia a transmite a quem dela precise.
Trono da Lei
Trono Masculino da Lei (Universal): representado por Ogum, iradia a Lei o tempo todo de forma passiva não forçando ninguém a vivenciá-la, mas sustentando a todos que buscam a Lei. Fator ordenador, Ogum é a Lei de Deus em ação na vida das pessoas, aquele que absorve a força de Ogum consegue enxergar tudo de um ponto de vista ordenador, assim é que os caminhos se abrem, pois o sujeito passa a enxergar seus pontos falhos, e essa postura transmite confiança ao próximo.
Trono Feminino da Lei (Cósmica): representado por Iansã, absorve o desequilíbrio na lei de forma ativa, reconduzindo o ser ao equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções.
Trono da Evolução
Trono Masculino da Evolução (Universal): representado por Obaluaê, irradia Evolução o tempo todo de forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-la, mas sustentando a todos que buscam evoluir. Fator transmutador. Orixá Masculino que junto a Omolu reina no Cemitério, por ser o Senhor das Almas. Também muito evocado como Orixá da cura, já que é senhor das transformações e das passagens, tem facilidade de levar do estado doentio ao estado saudável. Elemento terra, presente no Mar e cemitério. Sua cor é o violeta ou branco e preto.
Trono Feminino da Evolução (Cósmica): representado por Nanã Buruquê, absorve o que impede o ser de evoluir de forma natural. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. Fator decantador, ajuda a decantar nossos males e tudo o mais que atrasa nossa caminhada. Aparece como uma velha senhora, arquétipo da avó paciente e sábia. Elemento água. Ponto de força nos lagos. Sua cor é o lilás.
Trono da Geração
Trono Feminino da Geração (Universal): representado por Iemanhá, irradia geração o tempo todo de forma passiva não forçando ninguém a gerar ou criar, mas sustentando a todos que buscam “dar vida” e criar. Fator gerador ou “criacionista”. Elemento água, presente no Mar. Sua cor é o azul-claro. É a senhora da geração da criatividade. Podemos dizer que uma de suas qualidades mais marcante é a de mãe.
Trono Masculino da Geração (Cósmico): representado por Omolu, absorve a geração desequilibrada de forma ativa, paralisando o ser propenso a criar em desequilíbrio. Cósmico, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina invertendo seu valor e levando a morte no lugar do nascimento da geração. Fator paralisador, ajuda a cessar ações negativas.
Elemento terra que estabiliza, presente nos cemitérios e no mar. Sua cor é o roxo ou as três juntas: branco, vermelho e preto. Orixá Masculino que reina no Cemitério junto com Obaluaê. Senhor da Morte.
Tronos Opostos e suas Funções
Agora vamos falar sobre algo praticamente desconhecido na Umbanda e que é uma chave para entender algumas questões daquilo que chamamos de ciência divina. 7 vibrações ou 7 Linhas com 14 Orixás, desses 14, 7 são universais e 7 cósmicos. Todos eles estão no alto do Altíssimo, tomando por ponto de referencia, você. Você é sempre a referência para aquilo que está no alto, no embaixo, na direita ou na esquerda. Agora, eu quero que você imagine o mundo espiritual que possui faixas vibratórias, para cima a luz. Faixas vibratórias para baixo, as trevas, humanas. Se você ascende e evolui na luz em virtude, você está indo em direção aos Orixás, todos eles estão lá no alto. Eles estão em todos os lugares, estão em tudo, estão dentro de você. Mas de um ponto de vista espiritual você está ascendendo e indo em direção a eles. Todo nós somos luz e sombra e assim é a criação. Aquele que desce nos seus vícios, no seu negativismo, aquele que no mundo astral ou espiritual vai descendo às trevas, está indo em direção ao que?
Ao alto está Deus e os Orixás, e lá no embaixo, será que tem um capeta? Será que tem um demônio que coordena tudo? Acreditamos em demônios, em capeta, quem é que está lá embaixo?
Lá embaixo estão os Tronos Opostos aos Orixás. Deus está lá em cima e lá embaixo. Esses Tronos desempenham funções contrárias aos Tronos Universais e Cósmicos, e têm um papel importante na jornada espiritual dos indivíduos. Os Tronos Opostos atraem aqueles que estão caindo em vícios e negativismos emocionais, funcionando como um ímã para os aspectos mais negativos da natureza humana.
Os Tronos Opostos estão ligados aos vícios e negativismos emocionais. Eles são opostos aos Orixás, que são divindades regentes das virtudes. Enquanto os Orixás atraem em virtudes, os Tronos Opostos atraem aqueles que estão caindo nos vícios. Por exemplo, o Trono Oposto ao amor atrai aqueles que odeiam, o Trono Oposto ao conhecimento atrai aqueles que estão na ignorância, e assim por diante. Os Tronos Opostos têm a função de depurar os vícios e negativismos daqueles que estão caídos, enquanto os espíritos que evoluem se tornam cada vez mais desapegados da matéria. No alto, há consciência, razão e sabedoria, enquanto no embaixo prevalece o instinto.
Lembrem-se Deus esta em todos os lugares, em cima, em baixo, a direita e a esquerda. Deus não abandona seus filhos que estão em suas vibrações mais baixas
Funções dos Tronos Opostos
Vamos agora examinar brevemente as funções dos Tronos Opostos e como eles estão relacionados aos aspectos negativos da vida espiritual:
Trono Oposto à Fé: Esse Trono atrai aqueles que estão imersos na ilusão e no fanatismo espiritual. Ele é responsável por testar a força da fé e o discernimento dos seres espirituais.
Trono Oposto ao Amor: O Trono Oposto ao Amor atrai aqueles que estão dominados pelo desamor e pelo ódio. Ele coloca à prova a capacidade das pessoas de cultivar sentimentos amorosos e de se libertarem do ódio.
Trono Oposto ao Conhecimento: Esse Trono atrai aqueles que estão envoltos na ignorância espiritual e intelectual. Ele desafia os indivíduos a buscarem o conhecimento e a sabedoria.
Trono Oposto à Justiça: O Trono Oposto à Justiça atrai aqueles que estão imersos na injustiça, agindo de maneira desonesta ou prejudicial. Ele testa a capacidade de viver de acordo com princípios justos.
Trono Oposto à Lei: Esse Trono atrai aqueles que estão na desordem, perturbando o equilíbrio natural das coisas. Ele desafia os seres a buscarem a ordem e a harmonia.
Trono Oposto à Evolução: O Trono Oposto à Evolução atrai aqueles que estão regredindo espiritualmente, caindo na involução. Ele testa a capacidade de superar os desafios e retomar o caminho da evolução.
Trono Oposto à Geração: Esse Trono atrai aqueles que estão na esterilidade espiritual e criativa. Ele desafia os seres a gerarem e criarem de maneira positiva.
Como os Tronos Opostos Agem para a Ascensão
Os Tronos Opostos não são apenas obstáculos, mas desafios que impulsionam a evolução espiritual. Eles testam a capacidade de superação, forçando os indivíduos a reconhecer e enfrentar suas fraquezas. Reconhecer e lidar com os Tronos Opostos é fundamental para ascender à luz espiritual.
Para superar os desafios apresentados pelos Tronos Opostos, é importante buscar os Tronos correspondentes às virtudes opostas. Por exemplo, para superar o Trono Oposto à Fé, é necessário buscar o Trono da Fé Universal e Cósmica, que irradia e sustenta a fé. Equilibrar-se por meio das virtudes correspondentes é essencial para superar os obstáculos e avançar na jornada espiritual.
Em resumo, os Tronos Opostos na Umbanda desempenham um papel fundamental ao testar e desafiar os seres espirituais, impulsionando-os a superar vícios e negativismos. Reconhecer e enfrentar esses Tronos é essencial para ascender à luz espiritual, e isso é alcançado ao buscar as virtudes correspondentes.
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